domingo, 18 de agosto de 2013

Arritmia cardíaca: irregularidade da pulsação também atinge atletas 
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Arritmia é uma irregularidade da pulsação dos batimentos cardíacos. Pode ocorrer por extrassístoles (diminuição da pulsação abaixo de 60 por minuto nomeada de bradicardia),ou pela aceleração dos batimentos, acima de 100/min que chamamos de taquicardia.

A arritmia pode ser benigna ou não, depende de uma análise cardiológica criteriosa. Pesquisas feitas em milhares de esportistas e atletas no Instituto Dante Pazzanese de SP e no HCor – Hospital do Coração de SP, constatou que 15% deles apresentaram arritmias nos eletrocardiogramas (ECG) iniciais de avaliação, mas que foram consideradas benignas. Na população em geral essa porcentagem não passa de 10% dos que fazem o ECG. Porém, este número tem aumentado. Isso porque foi analisado que quanto mais intensa é a atividade física ou esportiva, mais arritmias são detectadas. As principais causas do quadro em esportistas é alguma doença genética, adquirida por alguma infecção por vírus, por excesso de exercícios físicos geralmente sem orientação profissional ou então o mais tétrico, pelo uso de anabolizantes, energéticos e estimulantes.

Uma arritmia cardíaca pode também ser provocada por desidratação aguda na prática da atividade física, seja por hipertermia (elevação extrema da temperatura corporal) ou mesmo pela perda de sódio do corpo e desregulação do sódio por ingestão de apenas água ao invés de isotônico. Uma arritmia conhecida é a fibrilação ventricular súbita, que é sinônimo de parada cardíaca. Os tratamentos atuais são muito eficientes no tratamento das mais diversas arritmias, vale dizer que o melhor medicamento para um atleta é o que corrige a arritmia, não lhe tira o poder físico da explosão esportiva e não causa doping, diminuindo o risco de uma parada cardíaca. Dispositivos implantáveis debaixo da pele e músculos no tórax são fartamente usados, como os Marca Passos e os Desfibriladores Automáticos Internos (CDI), que salvam vidas e podem permitir, caso a caso, uma vida esportiva ou ativa fisicamente saudável. Por isso, vale a pena buscar sempre que possível a orientação de um cardiologista, e assim, ter uma rotina física saudável e apropriada.

Por Jornalismo Portal EF 
Os benefícios do exercício físico no combate à depressão
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A depressão é considerada um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.

Entre as principais características do distúrbio estão a perda de peso, o sentimento de culpa, a ideação suicida, a hipocondria, a queixa frequente de dores e, eventualmente, a psicose. Esses sintomas são mais acentuados nos deprimidos idosos do que nos jovens, o que contribui para um declínio cognitivo e do condicionamento cardiorrespiratório.

Em um estudo longitudinal (Hollenberg et al 2003) com idosos (média de 67 anos) evidenciou-se que a presença de depressão está relacionada com os baixos níveis de condicionamento físico, mais precisamente com o consumo direto de oxigênio. Portanto, a depressão não seria a causa da diminuição do estado geral de aptidão física? Todavia, a afirmação que a prática de exercícios físicos é capaz de atenuar os sintomas da depressão ainda não está bem clara, mas é provável que seja uma explicação multifatorial.

O exercício físico tem um papel preponderante para o desenvolvimento da neurogênese no hipocampo através da potencialização de longa duração e do neurotrófico derivado do cérebro, do mesmo modo que agem os antidepressivos. A hipótese mais encontrada na literatura médica é um aumento de monoaminas, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

Durante os exercícios aeróbios, os níveis de prolactina estão elevados, refletindo um aumento central da serotonina. Desta forma, a serotonina pode atenuar a formação de memórias relacionadas ao medo e diminuir as respostas a eventos ameaçadores relacionados aos sintomas da depressão.

Outra droga também associada ao exercício físico é a síntese de dopamina que está ligada com o desempenho motor, a motivação locomotora e a modulação emocional.

No que se refere às prescrições de exercícios físicos, os mais indicados para depressão são os exercícios aeróbios (60 a 80% da Frequencia cardíaca máxima do indivíduo), segundo a pesquisa Meyer & Boocks do ano 2000. Recomenda-se que o paciente pratique de três a cinco vezes por semana, em sessões de 45 a 60 minutos. Afirma-se que as atividades longas e menos intensas são preferíveis, pois interrompem com maior eficácia os pensamentos negativos.

Os estudos sugerem que os pacientes depressivos devem sentir melhoras dos sintomas por volta de quatro semanas após o início dos exercícios, mas recomenda-se que os exercícios sejam mantidos por pelo menos 10 a 12 semanas, para obter melhores resultados. Contudo, mesmo que o paciente não consiga a frequência ou intensidade de exercícios recomendados, a atividade ainda pode ser benéfica.

O assunto nos leva a uma reflexão sobre a importância do exercício físico como um aliado no combate aos problemas gerados pela depressão, que vai muito além de um simples ganho de massa muscular e emagrecimento.

(Carla Britto, personal trainer da Test Trainer, mestra e professora de Educação Física e pós-graduada em Fisiologia do Exercício)

Artigo publicado em portal DM